Rainha do lúpulo

on 11 de maio de 2012



Esteve no último CBC (Craft Brewers Conference) em San Diego, Ca, a rainha do lúpulo Hallertauer, Veronika Springer.  Todo ano uma rainha é eleita para representar e divulgar sua região de cultivo de lúpulo, viajando a diversos países e eventos.


Ela trabalha com extração de lúpulo e é técnica em laboratório.  Durante a conferência, os produtores de lúpulo da alemanha disponibilizaram duas cervejas feitas com novas variedades (experimentais) de lúpulos de aroma.  Uma delas é um cruzamento entre Cascade um lúpulo selvagem alemão.


A cervejaria americana Victory fez algumas brassagens-teste com algumas dessas variedades novas de lúpulo.


Veja a entrevista (em inglês) feita com ela..


BeerSmith com grandes novidades!

on 9 de maio de 2012



Foi anunciado por Brad Smith do Beersmith algumas novidades a serem lançadas no meio de maio para o software de cervejas mais famoso para cervejeiros caseiros e profissionais.

Além de um timer para ser usado durante as brassagens (ótima ferramenta para mostura, fervura, etc..), o usuário do Beersmith terá agora uma conta na internet que poderá armazenar receitas, podendo acessar as mesmas de outros computadores, que foi o pedido de muita gente que não aguentava ter que ficar transferindo os arquivos de um computador a outro (notebook a desktop por exemplo.  Ou ainda o meu caso, que planeja as receitas em um computador, mas executa em outro).

Brad Smith foi além.  Ele criou uma rede de usuários que poderão não apenas acessar suas receitas de computadores diferentes, mas que também poderão compartilhá-las ao mundo todo.  Sites como o Recipator ficarão reduzidos à cinzas, uma vez que logo de cara o Beersmith terá mais de mil receitas compartilhadas.  As pessoas poderão compartilhá-las pelo facebook, twitter, e outras redes sociais.  Acredito que isso irá gerar uma revolução no mundo do cervejeiro caseiro.

Inicialmente serão 10 receitas que poderão ser armazenadas por cada usuário (que pagou para ter sua versão do Beersmith) em uma conta no site.  Isso é o suficiente para que as receitas ativas estejam disponíveis para ser acessadas de computadores diferentes (meu caso novamente).  Caso o usuário queira mais espaço, poderá pagar uma mensalidade pra isso (acredito que vá girar em torno de $0.99 a $1.99 por mês).

Mas nem tudo é boa notícia.  Mesmo que tenhamos milhares de receitas disponíveis a todos, o problema persiste: como separar as boas das ruins.  Como tudo na internet, teremos uma oferta muito maior de receitas inacabadas, mal anotadas e simplesmente receitas ruins.  Portanto, já fica a minha sugestão para que as receitas sabidamente premiadas ganhem um "selo de aprovação" do beersmith.  E para que algumas cervejarias que disponibilizaram suas receitas também tenham receitas com um ícone de "clone" certificado pelo beersmith (e pela cervejaria que aceitar disponibilizar suas receitas).

Pretendo colocar no ar as minhas receitas recentes e também as mais 'famosas' digamos.  Pretendo deixar anotações extensas para que o próximo cervejeiro caseiro tenha uma boa base de informação para poder adaptá-la a seu gosto e desejo....  Um pouco de senso de comunidade talvez seja criada.  E quem sabe eu não acabo ajudando a melhorar o nível das cervejas caseiras em geral.  Pode ser um milhonésimo de melhora, mas um milhonésimo não é zero!

Novos projetos da Cervejaria Brix

on 3 de maio de 2012



Depois de um período de dormência, reestruturação e reformas, a Cervejaria Brix voltará a funcionar com uma proposta um pouco diferente: realizar diversos projetos, cada um com sua peculiaridade, onde cada um focará em uma técnica, receita ou filosofia diferente que resultará em produtos finais que trarão luz a dúvidas e me ajudarão a me tornar um cervejeiro melhor.  Cada um deles consistirá de algumas brassagens, para que várias vertentes possam ser abordadas.

De cara eu já posso nomear alguns projetos, que tomarão o resto de 2012.  Sugestões de projetos futuros são sempre bem-vindos, portanto escrevam nos comentários o que vocês gostariam de ver acontecendo.  Caso eu aceite alguma dessas sugestões, posso até pensar em enviar uma(s) cerveja(s) para o dono da idéia.

Próximos projetos:

  • Imperial Stout em barril de carvalho, maturado por 6 meses - 1 ano
  • Hidromel
  • Cervejas azedas
Junto com eles eu estarei produzindo cervejas para competições das quais não serei jurado.  E também eventuais cervejas para o consumo de dia-a-dia.



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IMPERIAL STOUT EM BARRIL DE CARVALHO


Esse projeto já estava em vista antes mesmo de eu adquirir um barril de carvalho.  A primeira cerveja a ser maturada nele foi a Madera, que chegou a ficar de 6 meses antes de transferir.  Como era o primeiro uso do barril, o sabor de carvalho ficou um pouco forte demais, tanto é que precisei blendar a cerveja para não ficar forte demais em madeira.  Agora, com a imperial stout, acredito que o gosto de maltes torrados casará um pouco mais com a madeira, trazendo profundidade aos sabores, sem deixar sobressair tanto a madeira.  Serão necessárias 4 (ou 5) brassagens para encher o barril.  Como eu pretendo usar 25-30kgs em cada brassagem, a cerveja final terá usado perto de 150kgs de malte.  Empreendimento grandioso!!




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HIDROMEL

Sempre houve um interesse meu por hidromel, desde os tempos da primeira leitura do "Joy of Homebrewing" do Charlie Papazian.  Recentemente li o livro "The Complete Meadmaker" do Ken Schramm e decidi entrar nessa empreitada.  Esse também é um projeto que demorará 6 meses - 1 ano para ficar pronto, portanto é melhor que seja atacado o mais cedo possível.  Serão 4 ou 5 "brassagens" de hidromel, visando produtos bem diferentes entre si.  O hidromel também é muito versátil, e praticamente todo ingrediente pode ser usado em sua produção.  Mas basicamente a idéia é fazer:
  1. Hidromel médio-doce de apenas mel, introdutório.
  2. Hidromel forte e doce (16-18%alc)
  3. Melomel (com frutas)
  4. Seco e carbonatado
  5. Metheglin (com especiarias.....ainda a escolher)
Ainda há algumas variáveis sobrando, como o ajuste de ácido-dulçor-taninos.  Mas isso pode ser um projeto futuro.  Por enquanto, ficaremos com essa proposta inicial.


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CERVEJAS AZEDAS

Sim!!  Azedas, sour beers, lambics e tudo o mais que couber por aqui.  Esse TAMBÉM é um projeto com grande demora para ficar pronto, coisa de 1 ano ou mais, então eu TAMBÉM tenho que começar cedo.  Basicamente vou fazer levas de cervejas azedas de todas as cores, e de modos diferentes de se obter o elemento azedo.  Posso destacar alguns:
  1. Sour mash, e então procedendo da forma usual.
  2. Usando malte acidificado ou dosando ácido lático em uma cerveja normal
  3. Fermentação espontânea.
  4. Inoculação com "bichos": brettanomyces, lactobacilus, de diferentes formas.  Posso aqui inocular depois de uma fermentação por levedura normal, ou direto no mosto, tornando essa uma cerveja 100% de leveduras selvagens.





Espero poder começar esses projetos no fim de maio....  Fique atento a próximas atualizações!







Southern English Brown Ale

on 1 de maio de 2012

Depois de comprar o Beersmith e de ter tido um pequeno hiato com cervejas, decidi brassar uma Brown Ale inglesa que acabou dando errado e essa foi uma das cervejas que eu joguei fora pelo ralo.  Acontece de tempos em tempos, acho que foi uma contaminação sim, pois ela estava muito ácida.  Depois dela eu fiz uma limpa na cervejaria e equipamentos.  É interessante notar também que 50L pra uma receita dessa não era necessário.  Poderia ter feito 20L, mas só fui descobrir que é melhor fazer menos e mais vezes no final do ano..

Southern English Brown Ale
Southern English Brown Ale
Type: All Grain Date: 01-May-12
Batch Size (fermenter): 54.00 l Brewer: Philip Zanello
Boil Size: 71.40 l Asst Brewer:
Boil Time: 60 min Equipment: Equipamento da Brix-50L
End of Boil Volume 62.40 l Brewhouse Efficiency: 75.00 %
Final Bottling Volume: 50.00 l Est Mash Efficiency 83.3 %
Fermentation: Ale, Two Stage Taste Rating(out of 50): -
Taste Notes: Ainda não está pronta. Escolha errada de fermento (WLP007) para cerveja com tão baixo teor de álcool e sendo uma Souther English Brown Ale. Ficou muito atenuada. O WLP002 seria BEM melhor (ou ainda S-04)
Ingredients
Ingredients
Amt Name Type # %/IBU
6.00 kg Pale Malt (2 Row) US (3.9 EBC) Grain 1 60.0 %
2.00 kg Caramunich II (Weyermann) (124.1 EBC) Grain 2 20.0 %
1.00 kg Carared (39.4 EBC) Grain 3 10.0 %
0.40 kg Special B (Castle Malting) (300.0 EBC) Grain 4 4.0 %
0.30 kg Carafa III (Weyermann) (1034.3 EBC) Grain 5 3.0 %
0.30 kg Chokladmalt (Castle Malting) (900.0 EBC) Grain 6 3.0 %
120.00 g Styrian Goldings [3.00 %] - Boil 60.0 min Hop 7 17.4 IBUs
1.0 pkg Dry English Ale (White Labs #WLP007) [35.49 ml] Yeast 8 -
Beer Profile
Est Original Gravity: 1.041 SG Measured Original Gravity: 1.040 SG
Est Final Gravity: 1.011 SG Measured Final Gravity: 1.011 SG
Estimated Alcohol by Vol: 3.9 % Actual Alcohol by Vol: 3.8 %
Bitterness: 17.4 IBUs Calories: 371.7 kcal/l
Est Color: 54.9 EBC
Mash Profile
Mash Name: Temperature Mash, 1 Step, Full Body Total Grain Weight: 10.00 kg
Sparge Water: 51.41 l Grain Temperature: 18.0 C
Sparge Temperature: 77.0 C Tun Temperature: 18.0 C

Mash PH: 5.20
Mash Steps
Name Description Step Temperature Step Time
Saccharification Add 35.00 l of water at 75.3 C 68.9 C 40 min
Mash Out Heat to 75.6 C over 10 min 75.6 C 10 min
Sparge Step: Fly sparge with 51.41 l water at 77.0 C

Carbonation and Storage
Carbonation Type: Keg




Fermentation: Ale, Two Stage
Notes
04-05: 1.024 ainda. Muita maçã verde. Bastante ácida. Quase a ponto de jogar fora e quase a ponto de achar que foi contaminação (mas em 3 dias isso não aconteceria). Um ácido que eu relacionei com algumas stouts que eu fiz e começo a desconfiar do meu malte torrado (tá muito velho). Mas ainda com muito fermento em solução. Parece bem atenuada apesar da alta densidade. Não sinto dulçor de malte. Queria ter mais "maltado" na cerveja, com dulçor residual. Não foi o que aconteceu. A cerveja está cheia de "cotovelos e joelhos". Purguei o fermento para usar na cerveja da FATEC (Arrogant Bastard). Portanto precisei abaixar a temp. para 16ºC na sexta para retirada. Depois disso, no sábado (05-05) eu já aumentei para 22ºC

06-05: 1.016. pH: 4,2. Não parecia estar fermentando. Mas parece que caiu um pouco a acidez na boca e deu uma pequena arredondada. Vou deixar a 22ºC por mais uns 5-7 dias e depois crash-cool para 2ºC para ver se melhora..

11-05: REFRACT: 1.016. DENSĺM: 1.020. Ainda tem um 'acid bite' no final, mas menos do que antes. Corpo baixo, alcool baixo. Talvez se tivesse 8% de alcool fosse melhor pra ter mais corpo e doçura. De novo: errei no fermento. Alguns esteres meio 'zuados' também, não tão clean, um pouco metálico e meaty. E o torrado tem pouca coisa de 'cinza' e metálico'. Não acredito ser uma das minhas melhores cervejas, mas agora entrará em maturação a 0ºC por + 2 semanas... Grande parte do fermento já sedimentou. 1 semana ainda no fermentador e depois eu transfiro...

EXTRA EXTRA. BJCP muda a forma da prova para se tornar juíz!

on 27 de março de 2012



A forma de ingresso no BJCP mudou.  Agora, ao invés de uma prova escrita juntamente com 4 amostras de degustação, o candidato não precisará de uma prova escrita, que onerava muito a extensa correção que era feita para cada candidato.  Esse novo formato possibilitará mais candidatos por prova, mais agilidade nas correções.

O novo formato para possíveis novos jurados consiste de:

  • Prova online pelo site do BJCP:  http://bjcp.coursewebs.com/  O custo dessa prova é de US$10.  São 200 questões com um prazo limite de 60 minutos.  A nota de corte para essa prova eu ainda não sei, mas você fica sabendo no momento que termina a prova se passou ou não.  Caso não tenha passado, mais US$10 são necessários se você quiser tentar a prova novamente.
  • Uma vez concluída a prova com sucesso, e nota mínima conseguida, o candidato estará apto então para fazer a prova degustativa, que consistirá de 6 cervejas a serem avaliadas (e não 4, como era no formato anterior).
  • Esse formato possibilita que um ranking máximo de "Certified" (no formato antigo era de 70 a 79,9 pontos).  Caso o candidato queira subir para o nível de "National" ou "Master", ele precisará ainda da prova escrita, que agora tem o nome de "Written Proficiency Exam".
  • Um novo guia de estudos ( http://www.bjcp.org/docs/BJCP_Study_Guide.pdf ) com 20 questões-exemplo e um documento explicando a forma da prova ( http://www.bjcp.org/docs/BJCP_Exam_Structure.pdf ) já estão no site. Um resumo disso tudo está em 2 páginas:  http://www.bjcp.org/docs/BJCP_Entrance_Exam.pdf

Acredito que no novo formato as provas poderão ter 20 inscritos, ao invés de 12 como anteriormente.  E a prova em São Paulo em outubro já será nesse formato.

Fermentos líquidos no Brasil.

on 14 de março de 2012



Sim, a revolução continua!  De fato, essa é uma das melhores notícias do ano, digna de entrar em peso para  "melhor fato cervejeiro" nos "melhores de 2012", no blog do BOB.

Segundo a notícia, a Bodebrown estará revendendo leveduras líquidas da White Labs a partir de amanhã.  Serão 40 tipos de levedura e os preços estarão entre R$23 e R$27.  A loja dos Lamas, que ficará pronta em meados de abril, também terá fermentos líquidos disponíveis.  Inclusive, se não me falhe a memória, essa loja dos Lamas será a primeira loja física para cervejeiros caseiros no Brasil.  Portanto outra boa notícia.  Segundo a noticia, eles (Bodebrown) também venderão para cervejarias comerciais.  Fica a minha dúvida quanto ao tamanho desse frasco para cervejeiros comerciais.  Seria a mesma quantidade de células que micros dos EUA recebem?  Ou eles disponibilizariam os mesmos frascos que os cervejeiros caseiros recebem, tendo que a cervejaria propagar o fermento?

As implicações da notícia?  Cervejeiros caseiros terão acesso a fermentos de melhor qualidade, poderão "abrir o leque" de cervejas autênticas que poderão ser brassadas (algumas cervejas feitas com fermento seco são meras aproximações do estilo, que realmente só pode ser feito com a levedura líquida..).  O preço, em média de R$25 não é horrível não, se compararmos que na fonte o preço é algo em torno de R$12.  Se todos os ítens importados e vendidos para nós aqui fosse apenas o dobro do preço original, o Brasil seria (quase) o paraíso..  Hoje em dia muitas lojas vendem fermentos secos por algo em torno de R$12-15 (preço original é algo em torno de R$5, portanto 3x o preço original)  Se compararmos preço vs. qualidade, é muito mais vantagem comprar um fermento líquido e brassar 4 cervejas com ele, que teria um preço por brassagem de R$7 por fermento, do que comprar um fermento seco e nas mesmas 4 brassagens o preço seria de R$4.  Uma economia de meros R$3 !!

Ainda é um preço um pouco salgado se formos fazer apenas 1 cerveja com um frasquinho de fermento. Portanto os cervejeiros que mantém em sua casa um banco de fermentos se beneficiarão mais ainda.  E também vale ressaltar que com ~100 bilhões de células por frasco, o cervejeiro caseiro, a não ser que faça uma session beer, terá que com certeza fazer um starter (que não era necessário no caso de um pacote de fermento seco).

Uma última preocupação, embora momentânea, é que como a Bodebrown dilui os custos de importação ao trazer várias leveduras em uma mesma encomenda, e como a demanda por fermentos ainda não é gigante, algumas dessas leveduras ficarão paradas em prateleira por bastante tempo.  O resultado disso é que estaremos comprando leveduras com viabilidade bem menor do que a empresa diz que tem (a whitelabs afirma que seus "vials" tem 100 bilhões de células).  De acordo com o Pitch rate calculator, a perda de viabilidade de seus vials acontece na seguinte razão (se armazenada COM refrigeração):

  • Depois de uma semana: 92% da viabilidade total
  • Depois de um mês: 76% da viabilidade total
  • Depois de 2 meses: 55% da viabilidade total
  • Depois de 3 meses: 33% da viabilidade total
  • Depois de 6 meses: 10%  da viabilidade total
Ou seja, esse produto é extremamente perecível!  O que enfatiza ainda mais a necessidade de se fazer um starter.  Mesmo assim, só de termos agora fermentos em terras brasileiras, já é algo imenso para comemorarmos.  E com o aumento de interesse, é mais provável que compremos fermentos mais frescos.  

Então inundemos o Brasil com Scotch Ales (WLP028), Dry Stouts (WLP004), lagers de qualidade (WLP800 pra cima), Belgas (WLP 500-575), Sours (WLP 600s), Saison (WLP 565 e WLP 568)...  

"Cervejeiro Profissional" por Jamil Zainasheff

on

O texto traduzido abaixo foi feito por Jamil Zainasheff, que agora trabalha na Heretic Brewing Co..  Basicamente é o pensamento dele em relação a o que é ser um cervejeiro profissional e o porquê de uma cervejaria que está começando ter que focar em preço, cálculos e monitoramentos de custos.

"Meio saco de bom-senso

As pessoas que me conhecem de longa data como cervejeiro caseiro sempre me perguntam o que eu penso de brassar profissionalmente.

'Honestamente', eu digo pra eles, 'Brassagens são basicamente brassagens.  O desafio está no lado empresarial das coisas.'  Eu acabo ficando mais tempo focado em planilhas do que em notas de brassagens nos últimos tempos.  Profissional ou caseiro, você faz mosto, fermenta e então envasa.  A única razão que produção profissional é diferente de um cervejeiro caseiro de alta qualidade é o desafio adicional de fazer cerveja consistente e que você tem que vender de modo lucrativo, todos os dias.

Perceba que eu disse lucrativo.  Isso é a parte complicada do negócio e é o porque de eu passar taaaanto tempo em cima de planilhas esses tempos.  Qualquer um pode vender uma quantidade pequena de cerveja e sempre tem gente querendo comprar cerveja baseado em preço.  No entanto, a dura realidade para o micro-cervejeiro é que você não consegue competir em preço com os cervejeiros artesanais maiores (nota do tradutor: esse é o caso dos EUA, que tem Samuel Adams, Sierra Nevada e Yuengling, cervejarias artesanais produzindo muito mais do que a maior do Brasil).  Esses cervejeiros maiores tem economia por escala.  Via de regra, quanto maior a produção, menor é o preço por kilo.  Quando uma cerveja custa menos por kilo, você ainda pode fazer sua margem de lucro com um preço menor para o distribuidor ou vendedor final.

Eu vejo algumas cervejarias que estão começando que pensam que irão competir em preço, mas isso não é sustentável.  Eles respondem que o plano inicial é começar a vender com um preço mais baixo, para que consigam divulgar a cerveja, e então subir o preço depois para um nível de lucro uma vez que as os pontos de venda não conseguirão viver sem a sua cerveja.  Isso é maluquice.  Eu acho que a maioria dos leitores com meio saco de bom-senso sabe de cara o que está de errado com essa lógica.  Existem tantas cervejas artesanais de qualidade por aí (nota do tradutor:  de novo, ele fala dos EUA.  Aqui no Brasil a realidade é outra) que vendedores e consumidores conseguem facilmente viver sem mais uma.

Geralmente essa estratégia do preço baixo nasce de um outro tipo de ignorância:  custo de mercadorias vendidas.  Enquanto uma cervejaria pode ter uma idéia de quanto gasta de malte e lúpulo por brassagem, eles são absurdamente ignorantes de todos os outros custos de produção.  Sem rastrear e saber quais são todos esses custos, é fácil de cometer erros sobre o preço de sua produção.

O oposto disso é quando a cervejaria declara que eles vão cobrar exatamente o que a cerveja custa para ser feita, somada a uma boa margem de lucro (nota do tradutor: Leia-se: Brasil).  Eu não acho que é tão ruim quanto o exemplo anterior, mas tem suas falhas.  Tenha em mente que uma cervejaria que está começando, o custo inicial de produção é maior do que uma cervejaria já estabelecida.  Existem muitas outras cervejarias mais velhas que cobrando menos por um produto tão bom quanto, então existe pouco incentivo para o distribuidor/vendedor comprar o seu produto se ele é excessivamente mais caro que a da competição.  Você precisa jogar o o jogo do preço um pouco, de modo que você não se ponha fora do mercado por conta de preço.  Você pode estar na parte de cima da tabela quando abrir a cervejaria, mas você ainda precisará comandar sua cervejaria no modo super-econômico se espera fazer lucro.  Talvez seja melhor esperar por empatar, pelo menos até você começar a aumentar as vendas e produção.  O objetivo é aumentar produção, e enquanto a produção aumenta, seu custo por kilo diminui.  E enquanto o seu custo por kilo diminui, seu lucro aumenta sem ter que aumentar os preços.  Pelo menos essa é a minha teoria, mas eu ainda estou mais crú que qualquer um nesse mercado.

Então é por isso que é demandado grande atenção ao monitoramente e cálculos.  Não é fácil, e é realmente monótono comparado às brassagens, mas se você quer ter um lucro, você tem que focar na parte empresarial para fazer cerveja."

American IPA (50L)

on 3 de março de 2012



FERMENTÁVEIS
Pilsner: 14kgs
Carahell: 1,3kgs
Munich: 1,0kgs

LÚPULOS
100g Simcoe - FWH
100g Citra - FWH
120g Magnum - 60 min
80g Simcoe - 20min
150g Simcoe - 10 min
70 g Summit - 0 min
70g Citra - 0 min
70g Millenium - 0 min

FERMENTO
não especificado

PROCEDIMENTO
- 62L água a 68,7ºC -> 64,9ºC
- 90 min aproximadamente.  Recirc: 15 min
- transf: 90L (!)
- fervura ~4 horas (!!)

Imperial Porter (30L)

on 4 de fevereiro de 2012



FERMENTÁVEIS
Pilsen: 12kgs
Munton´s Chocolate: 1Kg
Melanoidina: 1Kg
Carawheat: 0,7Kgs
Carafa Special: 0,4Kgs
Caramunich II, 04Kgs
Melaço: 0,75Kgs

LÚPULOS
Magnum, 14,3%AA, 60 min, 103,6g, 64IBU´s

FERMENTO
T-58, 25g em cada fermentador

PROCEDIMENTO
- 62L a 73,8ºC -> 69,6ºC ---> 1 hora ---> 67ºC + calor --> 68ºC.  Total: 90 min
- Mash-out + recirc: 75ºC por 11 min
- Sparge: 77ºC
- transf: 27min
- preboil volume: 52L, residual ~12
- Fervura: 70 min, evaporação: 41/51 = 11L ou 10L/hora, irish moss: 3,3g
- OG: 19,0
- 2 fermentadores: 1 a 22ºC outro a 22ºC (faltou gelo)
- Coloquei na geladeira e liguei o termostato em 18ºC no + quente antes de fazer o pitch!

NOTAS
14/02: refract: 11,9->corrigido: 1.029, ABV: 6,4%, ADF: 60,6%.  Doce, frutada, chocolaty, um pouco adstringente no fim, dando sinal de secura.  Amargor intenso.  Com maturação pode ficar interessante + chocolate.  O que me dá medo é o amargor ser demais.

Saison (70L)

on 30 de janeiro de 2012

Fermentei fora da geladeira, e deu certo!!

FERMENTÁVEIS
Pilsen - 1,6kgs
Munich - 1,2kgs
Wheat Malt - 1,2kgs
Caramunich II - 0,2kg
Açúcar - 1,2kgs

LÚPULOS
- Magnum, 14%AA, 60 min, 74g, 27 IBU´s

FERMENTO
- WLP565, re-utilizado de 12-11-11 (só lavei o fermento que estava na geladeira.  Aprox. 600mL de slurry).  Preocupante.  Não sabia que a viabilidade caia tanto de lá pra cá (10%).  Precisaria de 4L de slurry e só tenho 1L.

PROCEDIMENTO
- 68L a 68,5ºC (3L/kg +12L fundo falso) ->64,2ºC.  Tentar manter em 64ºC por 90 min. (fiquei entre 63,5 e 64,5)
- Mostura 90 min
- Mash-out, 77ºC, demorou 16 min, recirc por 18 min, transf: 55min
- Preboil vol: 92L, preboil OG: 12,0, efficiency: 75%, residual: 3,4 (1.014)
- fervura: 90 min, evaporação: 80/92: 12 em 90 min, 8L/hora
- OG: 15,0 = 1.060
- aerado por 35min
- temp. mosto: 26ºC, temp. pitched: 26ºC, fermentação a temperatura ambiente (fora da geladeira)
- No fermentador 67 (71L)

NOTAS
- Muito calor na semana inteira (do dia até ~08 fev)
07/02: refract 8,2 (corrigido: 1.007), ABV: 7%, ADF: 87,7%.  Muito fermento em suspensão.  Turva.  Extremely dry.  Pouco banana, mas muito boa.  Gostei muito, talvez a melhor até hoje por ser + seca.  Bastante cravo!

"Madera" Old Ale (50L)

on 28 de janeiro de 2012

Mais uma leva de Madera para blendagem.

FERMENTÁVEIS
- Pilsen: 24Kgs
- Caramunich II: 1,7Kgs
- Chocolate (Castle): 0,3Kgs
- Melanoidina: 0,5Kgs
- Rapadura: 1,14Kgs

LÚPULOS
- Aurora, 9,2%AA, 200g, 60min, 50 IBU´s

FERMENTO
- reutilizado da leva anterior (US-05) de Madera

PROCEDIMENTO
- 64 a 72ºC--> 66ºC por 40 min
- 68ºC por 30 min
- mash-out: 76ºC em 14 minutos (fogo acabando-> chama baixa)
- recirc: 17 min
- transf: 55min
- preboil OG: 17,8 (really?), preboil volume: 75L, residual: 10,8ºB=1.040
- fervura: 90 min, evaporação: 63/75=12L ou 8L/hora ou 11%/hora
- Irish moss: 6g a 15 min
- temp. água: 22ºC, temp cerveja: 23ºC, pitched at: 23ºC (therminator + torneira)
- aerado com big air por 30 min
- OG: 25 ou 1,104 !!!
- No fermentador 50 (53) -> caiu para 48L com a fermentação intensa.

NOTAS
06/02: 16,2, corrigido: 1.042
14/02: 16,2, corrigido: 1.042, racked to keg.  Bastante doce mas com bastante cara de Madera.  Um pouco oxidada (?) Vai casar bem com os ~20% barril da breja que foi no barril de carvalho (que está seca)

Resenha de livro: "Yeast: The Practical Guide.."

on 21 de janeiro de 2012


Sendo um fã ávido do Jamil Zainasheff por seus programas no 'The Brewing Network' (www.thebrewingnetwork.com) resolvi comprar seu segundo livro, em conjunto com o Chris White, da White Labs inc. O livro em questão "Yeast: The Practical Guide to Beer Fermentation" tem versão apenas em inglês.  A premissa do livro é a de que nós cervejeiros caseiros não damos a devida importância à fermentação e seus cuidados, e são justamente a fermentação e seu gerenciamento os grande responsáveis para uma grande cerveja.  Também é dito que o livro é para cervejeiros avançados, isto é, que já saibam como fazer cerveja. Nesse caso, recomendam que se leia o "How to Brew" e que então voltem para esse livro.

Mesmo sendo um fã do Jamil, posso dizer que se não conhecesse nenhum dos dois, a parceria já teria grande potencial para dar certo.  Isso porque a combinação de um homebrewer renomado e que ganhou inúmeros prêmios com o dono de uma empresa que vende fermentos, e por isso sabe absolutamente tudo de fermentação, é de vital importância para homebrewers.  Todos os dados apresentados no livro tem esse respaldo de uma empresa que realizou testes e mais testes no assunto.  Portanto, se no livro fala que tal temperatura em tal variedade de fermento produz muitos álcoois superiores, por exemplo, é fácil de se acreditar que a afirmação não é apenas um 'achismo', e sim resultado de investigação científica.

A estrutura do livro é tal que começa com informações que talvez já saibamos e introdutórias: histórico, importância da fermentação, monitoramento da fermentação, biologia.  Depois, no capítulo 3, entra em como se escolher o fermento certo.  Aqui eles falam das diferenças entre lager e ale, frutado vs. limpo, fermentos fenólicos, fermentos excêntricos, etc... O capítulo 4 fala sobre todos os aspectos de uma fermentação, desde quando se adiciona o fermento até seu final.  Fala sobre oxigênio, temperaturas, atenuação, floculação, nutrição, principais off-flavors etc..  Ao meu entender nessa primeira parte do livro são apresentadas informações que já lemos em algum outro lugar.  Porém, acho importante essa re-leitura com a visão dos dois autores e que acaba esclarecendo algumas dúvidas e introduzindo o restante do livro.  Uma tabela interessante colocado por eles indica o aumento ou diminuição de ésteres e álcoois superiores frente a inúmeros parâmetros controlados pelos cervejeiros (OG, pH, FAN, etc).  E assim eles também com oxigênio na atenuação, temperatura, etc.. A parte causa-efeito foi muito bem explorada por eles.

Na segunda parte do livro eles falam sobre crescimento, manipulação e armazenamento de fermentos.  Aqui entram os starters, propagação de fermento desde um 'vial' (tubo de ensaio) até quantidades suficientes para uma cervejaria comercial, re-utilização de fermentos, fermentos secos, viabilidade e vitalidade, formas de coleta ('top cropping' vs. 'bottom cropping'), lavagem do fermento, quanto de crescimento acontece com o starter, etc.  Acredito ser essa a parte mais prática para um cervejeiro caseiro já experiente, pois as técnicas e explicações que são dadas fazem sentido e nos encorajam a re-utilizar o fermento e nos dão ferramentas para propagação.  Achei muito interessante a explicação sobre o tamanho do starter vs. crescimento da população total e sobre a regra de se aumentar 10x o volume do starter por vez.  Acredito que todos nós já ouvimos falar sobre isso, mas dúvidas permaneciam sobre o que realmente ocorria.  Por meio de gráficos e tabelas os autores explicam claramente que a "eficiência" de crescimento é maior com 1,5L de starter para 100 bilhões de células.

A última parte do explica sobre como criar um laboratório em sua casa, quais materiais você precisa ter, técnicas estéreis ao se trabalhar com o fermento (autoclave, calor seco, trabalhar com chama, etc), diferentes técnicas de armazenamento de fermento por longos períodos, mantendo um banco de fermentos, e de algumas técnicas de laboratório de como fazer placas de petri e slants com meios de cultura, inoculação..   Essa parte é a mais difícil e avançada para os cervejeiros caseiros, e que acredito menos de 5% dos cervejeiros caseiros aqui do Brasil se encontram.  Mesmo assim, ela é ultra interessante e esclarece várias dúvidas sobre essas metodologias. Eles então continuam falando de inúmeros testes que um cervejeiro (e aqui também entram vários testes que talvez sejam até mais aplicáveis para cervejeiros comerciais) pode realizar para contaminações (por bretanomyces ou pediococcus), vitalidade do fermento, contagem de células, diferenciação entre cepas de ale e lager, fermentação forçada (que é mais rápida que a da cervejaria e por isso pode indicar qual será a FG de uma cerveja ou se há problemas de atenuação baseado no fermento ou na composição do mosto), demanda de oxigênio pela cepa de fermento, etc..

Um último capítulo aborda resolução de problemas.  Fermentação não começou?  Faça isso, isso e isso.  Diacetyl?  Talvez tenha acontecido isso, isso e aquilo.

Concluindo, acredito ser esse um dos principais livros na biblioteca de um cervejeiro caseiro querendo melhorar suas cervejas.  Embora seja avançado para a maioria dos que estão começando, é um bom ponto de melhora nas cervejas de todos os cervejeiros, e é de fácil entendimento, sem se prender à definições técnicas e à microbiologia.  As tabelas e gráficos expostos ajudam e muito a entender o que acontece por trás das fermentações de cerveja.  Não podemos pensar em fermentação apenas como abrir pacotes de fermentos secos e espalhar por cima do mosto.  O entendimento do fermento vivo é de grande valia para atingirmos o perfil da cerveja final.




"Madera" Old Ale (50L) - Debruer TV

on 15 de janeiro de 2012

Cerveja brassada no dia em que o Oliver do Debruer TV veio fazer uma matéria aqui em casa.  Confira aqui o programa:  http://debruer.com.br/debruer_tv/cervejaria-caseira-brix-beleza-com-conteudo/ ( ou acesse por http://debruer.com.br/.

FERMENTÁVEIS
- Pilsen: 25Kgs
- Caramunich II: 1,5Kgs
- Carafa Special I: 0,35Kgs

LÚPULOS
- Summit, 80g, 16%AA, 60 min, 40 IBU´s

FERMENTOS
- 3 sachês US-05

PROCEDIMENTO
- OG: 20,8ºB

NOTAS
- FG: 1.026, ADF: 67,7%, ABV: 7,8%
- Cor cobre/marrom claro.  Ainda super verde, com gosto de maçã verde.  Percebo álcool quente, alguns alcoois superiores, maltada para caramelo.  Bom amargor contrabalanceando o malte.  Mais uma semana de maturação para arredondar e perder os sabores de maçã + álcoois demais..  Doce, mas poderia até ser mais.

Guia para primeiro uso de barril de carvalho

on 14 de dezembro de 2011


Esse post não discursará sobre as tecnicalidades de um barril de carvalho, os aromas e sabores provenientes de seu uso, ou de quantidades de carvalho que combinam com a cerveja.  Isso eu farei num futuro próximo...
O que eu gostaria de falar aqui, é sobre o meu primeiro uso de um barril de carvalho, e como proceder quando você também adquirir um. O artigo foi traduzido de um documento que o site Morewine disponibiliza.  Muitos dos termos são para produtores de vinhos, mas podem ser traduzidos e adaptados facilmente para cervejeiros.

BARRIL NOVO:
Quando você adquiri um barril novo, deve verificar que o trabalho foi bem feito e que não existe falhas óbvias em sua construção.  Pegue uma pequena lanterna e inspecione o interior para sujeira ou restos de madeira, e examine a torra (caso haja uma) no interior das ripas.  A torra deve ser uniforme na superfície inteira, sem ter muitas bolhas que podem armazenar depósitos mesmo depois de limpar o barril.  Mas algumas bolhas é normal.  Adicionalmente, um novo barril deve ter cheiro doce (sem cheiro de vinagre ou mofo) e deve apenas precisar de um período de expansão com água antes de ser enchido com vinho (ou cerveja).

PREPARANDO O BARRIL PARA USO:
Um barril que é novo, ou que foi armazenado seco, precisa de um período de "inchaço" com água para vedar as frestas.  Existem duas abordagens possíveis:  a frio ou a quente - este último conhecido também por "Método Francês".

O método a frio envolve encher o barril até 1/3 do volume com água fria e deixar em repouso por 3-4 horas.  Então você sobe o nível para 2/3 e deixa outras 3-4 horas em repouso.  Finalmente , você enche até a boca e mantém cheio até o que o barril pare de vazar e vede todas as frestas.  Você então esvazia o barril e enche com a bebida.  Esse processo demora geralmente 2 dias, e com barris mais velhos pode demorar até mais (no meu caso, esse processo durou ~4 dias).  No entanto, se o barril estiver "sangrando" depois do quinto dia, então talvez seja melhor trocá-lo.  Barris novos que "sangram" por mais de dois dias tem probabilidade de ter problemas no futuro - se esse é o caso, então é melhor entrar em contato com a loja de que você comprou.

O método Francês envolve encher o barril a 1/10 do seu volume com água quente.  Você tampa e chacoalha o barril de modo que todas as partes entrem em contato com a água.  Você então deixa o barril de pé e enche o tampão da frente (que está voltado para cima) com água quente e deixe em repouso por 15 minutos.  Repita o processo para o outro lado.  Você então vira o barril com o buraco para baixo, escorra a água e deixe esfriar.  Teste o barril enchendo com água fria para verificar se ele foi devidamente selado antes de usar.  Se estiver vazando um pouco, deixe com água até que o barril se feche.

*Uma coisa a se notar é que não importa que método usar, você nunca deve deixar água dentro do barril por mais de 2 dias.  Se o período de descanso com água exceder 2 dias, você deve esvaziá-lo e depois re-encher com água nova.  Isso é para prevenir que bactérias e micróbios que podem começar a crescer no barril.


Em geral, se o barril é novo e foi armazenado seco por um longo período, você provavelmente deve usar o método a frio.  No entanto, se o seu barril tiver sido usado recentemente e foi armazenado em uma adega com humidade certa, então você provavelmente pode usar o método de água quente.

LIMPANDO O BARRIL:
O melhor jeito que achei de limpar um barril é um simples múltiplo-enxágue. Um apoio para o barril é praticamente necessário.  Barris devem sempre ser lavados imediatamente depois de ter sido transferida a bebida de lá para prevenir o crescimento de organismos.  Lave o barril com água quente até que os depósitos sejam dissolvidos e lavados.  Não se acanhe em repetir o processo várias vezes se necessário.  O barril deve ser então enxaguado com água fria para contrabalancear qualquer inchaço de madeira que pode ter ocorrido e também para prevenir que organismos que aproveitam da temperatura 'aconchegante' se multipliquem.  Na maioria dos casos, ao fazer a manutenção e técnicas de armazenamento corretas, você evita de usar qualquer típico de produto químico.  A razão para você evitá-los é porque eles irão retirar extrato de carvalho (ou outra madeira) do barril, e também possivelmente danificando-o.  Alguns exemplos são o de que sabão amacia a madeira, enquanto que carbonato de sódio e outros químicos irão extrair o sabor da madeira.  Portanto, a não ser que você detecte algum problema visível ou de cheiro, você deve apenas usar água para limpar o barril.

*Importante: se o barril for armazenado e enxofre for queimado dentro dele, então você deve ter certeza de que você removeu qualquer pedaço residual de enxofre que pode ter ficado no barril depois desse tratamento.  Caso contrário, pode acontecer de você ter problemas de sulfeto de hidrogênio com a leva.

Também, vale a pena evitar a presença de cloro na cervejaria.  Você deve evitar o uso dele como produto de limpeza e filtrar a água proveniente da rede municipal ou qualquer fonte que contenha cloro, já que o cloreto pode ser usado por alguns fungos para a produção de 2,4,6-Tricloroanisola (TCA, um componente indesejado para vinhos e que terá o mesmo efeito na cerveja).  Esses fungos podem estar presentes nos barris, além de estarem presentes nas rolhas.  Cloro também é danoso ao aço inox.

ARMAZENANDO UM BARRIL:
Se você transferir cerveja do barril e não tiver planos de enchê-lo novamente nas próximas 2 horas, então você precisa preparar para que seja armazenado corretamente.  Enxágue o barril várias vezes com água quente depois fria , esvazie e espere secar completamente.

*É importante notar que o barril deve ser esvaziado completamente, que esteja completamente seco e que não haja nenhuma poça de água antes que você queime enxofre.  Isso porque se o barril estiver molhado, então o SO2 irá hidratar e você formará ácido sulfuroso que pode dar gosto ruim, além de problemas com contaminação.

Uma vez que o barril estiver seco, será necessário alguns passos para proteger de organismos que poderão contaminar o barril durante o armazenamento.  Em vinhos, você sempre tem um nível de SO2 de 25-30 ppm.

Em cervejas, esse valor é mais baixo, geralmente abaixo de 10 ppm, então lembre-se que a cerveja é um pouco mais suscetível a contaminações que vinho. Quando você armazena um barril a seco, ele não tem proteção nenhuma de SO2, então você é necessário adicionar diretamente ao barril.  O melhor jeito de fazer isso é com uma fita de de enxofre (ou pastilha ou disco), colocando-a em uma barreira à prova de fogo e colocando-a suspenso dentro do barril, que é então fechado (a maioria dessas fitas já vem com uma tampa junto) para permitir que o gás e fumaça preencham o barril.  É importante que esse enxofre seja suspenso no meio do barril para que você não queime a parte interna da madeira do mesmo.  Esse procedimento deverá ser repetido a cada seis semanas de modo que você consiga cheirar a presença de enxofre no barril a todo mommento.

A dosagem padrão para enxofre é de 1/3 de fita por barril de 230L - aproximadamente um pedaço de 2cm x  7cm ou uma pastilha de 5g.  Se você estiver com um barril de 100L, então apenas quebre a dosagem normal na metade e guarde a parte não usada para tratamentos futuros.  Enxofre elementar é inerte até que seja queimado, então você não deve se preocupar nele estragar com o tempo.

Se você estiver armazenando o barril fora de adega ou em algum lugar que é seco então a cada dois meses ele deve ser enchido parcialmente com água a 35-40ºC e rolado ou misturado até que a água caia para 20ºC.  Esvazie o barril e enxágue novamente com água fria.  Esvazie de novo e deixe o barril secar, então proceda com o tratamento de enxofre normalmente.  Esse procedimento previne o barril de secar completamente, que pode gerar rachaduras entre as ripas e dissipar o SO2, permitindo que organismos entrem no barril e contaminem durante o período de armazenamento.

Finalmente, um lembrete importante: SO2 é químico tóxico e você deve respeitá-lo.  Evite respirar seus gases e você deve trabalhar em uma área bem ventilada quando o estiver usando.  Você pode usar luvas para manuseá-lo.

SOLUÇÃO DE ARMAZENAMENTO:
Deve ser notado que é possível armazenar um barril usando uma solução de armazenamento ao invés de queimar enxofre nele.  A vantagem disso é que você pode demorar mais para fazer qualquer tipo de manutenção.  Mas essa vantagem tem seu preço: você vai retirar sabores de carvalho do barril se você usar essa solução.  Também, a solução de armazenamento perde lentamente sua capacidade de proteger o barril, e por isso é difícil determinar quando será necessário trocá-la.  Finalmente, como a solução evapora lentamente do barril (e vai acontecer), vai sobrar um espaço úmido e não protegido pela solução - condições ideais para contaminação microscópica.  Recomendo fortemente armazenar os barris a seco - a solução deve ser usada apenas como último recurso caso você não possa queimar enxofre no barril a cada seis semanas.

Se você decidir usar essa solução de armazenamento, então aqui vai o jeito de fazê-lo:

- Encha o barril até 2/3 com água fria.
- Calcule então a quantidade necessária de produtos químicos: para cada litro do volume do barril, você irá precisar de 1 grama de ácido cítrico e 2 gramas de SO2.  Misture essa solução em um recipiente separado com uma pequena quantidade de água quente para que tudo se dissolva.  *Cuidado com os vapores e trabalhe em um local bem ventilado.
- Adicione a solução no barril, role ele para misturar, encha até a boca e tampe sem espaço para ar.

Será necessário ir enchendo o barril conforme ele vai evaporando com a solução a cada 4-6 semanas, mas o barril poderá ser armazenado assim indefinidamente.

PROBLEMAS DE CONTAMINAÇÃO:
Em geral, se você cuidar do seu barril (mantendo cerveja até o topo quando cheio e queimando enxofre quando vazio) não deve ter problemas.  No entanto, existem certos problemas de contaminação que existem em barris e você deve estar ciente deles de modo a reconhecê-los e com sorte prevení-los de acontecer.  Isso também irá ajudar a avaliar um barril usado.

Mofo:
Se o barril tiver ou adquirir um sabor ou odor de mofo ou de cogumelos, então ele não deve mais ser usado. No entanto, se o odor/gosto não for tão forte você pode ser capaz de salvá-lo tratando com carbonato de sódio  ou percarbonato de sódio (veja abaixo para detalhes).
Se você começar a ver mofo por fora do barril - especialmente ao redor da tampa/buraco - então será necessário limpar antes que isso se torne um problema maior.  Apenas ao fazer essa manutenção cedo, o mofo não deve afetar a cerveja dentro do barril.  Faça o seguinte:

- faça uma solução de So2 e ácido cítrico em água (3 colheres de sopa de cada para 4L de água)
- usando uma escova de fibras naturais ou de plástico, esfregue a área com mofo com um pouco da solução
- Importante: não deixe a solução de ácido cítrico/SO2 entrar em contato com os anéis de metal, pois ele será corroído caso fique em contato.  Caso você derrame um pouco acidentalmente, enxágue esse anel com água.  Também, você não deve deixar essa solução entrar em contato com a cerveja, portanto quando você estiver limpando o barril, certifique-se de que a tampa esteja bem vedada e que a solução secou completamente antes de abrir.


Além de tratamento local, você deve também abordar a causa do problema para prevenir que aconteça de novo.  Por exemplo, se o mofo está se formando em um único barril com algum problema de infiltração, então isso não é tanto problema pois está localizado em um único barril.  Todavia, se uma porcentagem maior dos barris estão com problemas pela área estar úmida demais (ie, acima de 75% de umidade), então esse problema deve ser abordado.

Acetobactérias, Fermentos Selvagens e Bactérias Malo-Lácticas
De modo geral, as Acetobactérias (bactérias do vinagre), fermentos selvagens, e bactérias de ácido lático podem infectar o barril e estragar a cerveja.  No entanto, tratamento apropriado de SO2 durante o processo inteiro pode ajudar a controlar esses problemas.

Tratamento de problemas de contaminação:
O tratamento de um barril para problemas de contaminação é um processo de 2 partes.  Primeiro, você deve usar uma solução de carbonato de sódio (ou percarbonato de sódio), depois você o neutraliza com uma lavagem de ácido cítrico *Deve ser notado que quando você trata um barril dessa maneira, você estará retirando um pouco do sabor de carvalho da madeira.
O seguinte guia para tratar um barril contaminado segue:

- Dependendo da severidade do problema, você terá que usar entre 1 a 3* gramas de solução de carbonato de sódio (ou percarbonato de sódio) por litro do volume do barril.  Misture isso com um pouco de água em um recipiente separado até totalmente dissolvido.  *Nunca use mais de 3 gramas por litro de carbonato de sódio ou percarbonato de sódio porque senão você irá começar a atacar e "quebrar" a madeira do barril.
- Encha o barril até 2/3 de sua capacidade com água.
- Adicione a solução ao barril, role-o para misturar essa solução totalmente e então encha até a boca.
- Deixe de descanso durante a noite, mas não deixe mais de 24 horas.

Uma vez que o barril foi tratado, você deverá neutralizar o resíduo alcalino:

- Em um recipiente separado, faça a solução de ácido cítrico em uma razão de 0,5 a 1 grama por litro do volume do barril. Certifique-se de que os cristais dissolvam completamente.
- Encha o barril com a solução até a boca.   Deixe de descanso durante a noite.
- Esvazie o barril e limpe-o devidamente e completamente.
* Tenha certeza de eliminar todo o resíduo alcalino do barril.  Embora isso não seja tóxico nessas baixas concentrações, isso irá afetar negativamente o sabor de qualquer bebida que seja adicionada no barril.
- Deixe o barril secar completamente e então encha com cerveja, ou então queime enxofre nele caso ele seja armazenado.

USANDO O BARRIL:
Armazenar e maturar cerveja no barril de carvalho (ou outra madeira) irá garantir sabores da madeira e também de envelhecimento.  Barris novos geralmente irão dar gosto por 3-4 anos; depois disso eles ficarão "neutros".  Barris neutros não darão gosto, mas ainda podem ser usado para armazenamento para melhorar a qualidade da cerveja por envelhecimento, por pequenas e complexas oxidações, que diferem daquelas que ocorrem em garrafas de cerveja.  Uma cerveja deve ser provada a cada 2 semanas ou a cada mês, de modo que se perceba a evolução dos sabores.  Isso pode acontecer desde 2 meses até 18 meses.  O barril irá dar gosto e 'estrutura' mais fortemente e mais rapidamente no começo de sua vida.  Isso significa que o tempo de contato da cerveja antes que o sabor de madeira seja demais irá aumentar conforme o uso.  Note que carvalho europeu tende a liberar sabores mais vagarosamente do que os americanos ou canadenses.

(É por isso que barris novos são geralmente usados para fermentar vinhos brancos.  Os vinhos brancos são geralmente menos amadeirados que os tintos, e podem pegar suas influências de um barril novo no período curto que demora uma fermentação alcoólica.  O barril pode então ser usado para segundos e terceiros usos, que é mais recomendado para períodos longos para vinhos tintos obterem seu máximo sabor e profundidade.)

É importante notar que o tempo de contato que uma cerveja fica dentro de um barril antes de ser transferido irá variar principalmente pelo tamanho do barril.  Isso está relacionado com a razão de área de contato da madeira com o volume de cerveja.  Em outras palavras, quanto menor o barril, mais madeira estará em contato com uma unidade de volume de cerveja, e quanto maior o barril, menos cerveja estará em contato com a madeira.  Isso significa que a cerveja terá de ficar menos tempo em contato com um barril pequeno do que ficaria em um barril maior para que seja adquirido o mesmo nível de extração da madeira.
Fundamentalmente o fator que deve ser medido de quando será transferida a cerveja do barril é o gosto dessa cerveja.  Para esse fim, você estar ciente que o sabor de carvalho irá diminuir bastante durante o primeiro ano.  Isso deve ajudar você a decidir quando transferir de um barril para controlar o nível de intensidade de carvalho você terminará em sua cerveja.  É preciso de alguma experiência para pegar a essência de como isso funciona, e infelizmente (ou não, já que você terá mais cerveja!) o único jeito de aprender é na prática.

Finalmente, é sugerido boa prática guardar uma porção da cerveja que não recebeu carvá-lho (em um keg ou post-mix) para ser usado para blendar de volta na cerveja com carvalho (você pode também produzir essa mesma cerveja posteriormente para blendagem, tendo então uma cerveja jovem e outra envelhecida).  Enquanto é verdade que "você sempre pode adicionar mais carvalho, mas não pode retirá-lo", você pode, na verdade, blendá-lo para diluir o gosto...

Coisas a se ter em mente quando usar um barril:
- Prove frequentemente, especialmente quando estiver usando um barril novo.  Você irá se surpreender quão rápido o sabor irá ser liberado para a cerveja.  Essa é a razão para que o envelhecimento aconteça em temperatura controlada: para que a extração aconteça em uma razão constante.  Caso a adega aqueça durante o verão, você terá extração mais rápida de carvalho do que quando manter em em temperatura controlada.  Lembre-se disso e ajuste a frequência de degustação de acordo.
- Certifique-se de manter o barril sempre cheio (até a boca).  Um barril novo irá absorver bastante da cerveja no começo.  Um bom guia é de encher uma vez por semana durante o primeiro mês,  e depois a cada 15 dias.  Isso vai variar de acordo com o tamanho do barril e condições do local (temperatura e umidade).  É uma boa idéia colocar uma tampa de silicone, já que dá uma vedação melhor, e é fácil de limpar, e você não terá tantos potenciais problemas com contaminação que uma tampa de madeira daria.

fonte: morewine

Pumpkin Ale

on


Pumpkin Ale (40L), brassada em 26/11/11:

GRÃOS:
  • 9,5Kg Pilsen
  • 0,7Kg Munich
  • 0,5Kg Melanoidina
  • 0,7 Kg Caramunich
  • 0,5Kg Special B
LÚPULOS:
  • 50g Tettnanger,  7,0% AA,  60min,  24 IBU´s  
FERMENTO:
  • US-05 (2 pacotes) re-hidratados
EXTRAS:
  • 2 morangas com peso total de 8,2kgs. Cortei em 4, tirei as sementes e coloquei no forno médio por 2horas.  Depois simplesmente amassei, com casca e tudo, e joguei no começo da mostura
  • 3,2g Canela em pó a 5min do final da fervura
  • 1,0g Gengibre em pó, a 5min do final da fervura
  • 1,2g Noz-moscada em pó a 5min do final da fervura
  • 1,0g Pimenta da Jamaica em pó a 5min do final da fervura
PROCEDIMENTO:
  • 48L a 71ºC --> estabilizou em 67ºC.  Subi para 68ºC e mantive por 90 min.
  • Mash-out em 76ºC por 5-10 min.  Recirculei por 5 minutos com bomba (acabou a força)
  • Transferência por gravidade (tempo não medido)
  • Volume pré-fervura: 58L
  • Gravidade pré-fervura: 11,2
  • Eficiência: 74%
  • Fervura: 60 min
  • Irish Moss: sim
  • Evaporação: 51/58 = 7L 
  • Whirlpool 10 min.
  • Pitched at: 25ºC
  • fermentado a: 19ºC (geladeira ruim, motor não tão bom e a temperatura pode ter ficado entre 20-25)
  • OG: 13,4 (1.054)





FERMENTAÇÃO/MATURAÇÃO:
  • Geladeira programada para 19ºC, porém por estar velha pode ter ficado entre 20-25ºC.  Por 1 semana.
NOTAS:
  • 03/12/11: Transferi para 2 post-mix, adicionei clarificante e coloquei a 2ºC.
  • 10/12/11: Engarrafei um dos 2 post-mix.
  • Cor boa, apesar de estar mais turva do que o esperado.  Aromas de abóbora e de doce de abóbora interessantes, mas a cerveja apresenta um frutado acima do normal.  Foi tomada junto com a Dogfish Head Pumkin Ale e a Dogfish apresenta aroma bem mais intenso de especiarias.  Talvez por ter apenas jogado temperos na fervura o aroma tenha sido prejudicado.  A temperatura de fermentação poderia ser um pouco mais reduzida para deixá-la mais limpa para sobressair os temperos.  Ajustes são esses 3: fermentação mais baixa, melhorar clarificação e melhorar aroma.  Fora isso uma boa cerveja.

"Terroir" Saison (30L)

on 13 de dezembro de 2011


Brassagem em 02/11/11.  Receita simplificada para poder fermentar uma pilsen com o mesmo mosto.

GRÃOS:
  • 9,5kg Pilsen
  • 170g Melanoidina
LÚPULOS:
  • 80g Sterling,  5,0% AA,  60 min,  30,5 IBU´s
  • 25,2g Saaz,  3,4%AA,  10min,  1,5 IBU´s
FERMENTO:
  • WLP 565 Belgian Saison I Yeast
MOSTURA/FILTRAÇÃO/FERVURA:
  • 42L de água a 69ºC --> estabilizou em 65ºC.  Mantive por 90 min.
  • Mash-out: 81ºC (passou um pouco)
  • Recirculação com bomba por 20min.
  • Transferência: 18min
  • Gravidade pré-fervura: 12,0
  • Volume pré-fervura: 48L
  • Eficiência: 76%
  • Fervura: 60 min
  • Irish Moss: 3,4g a 15 min. final fervura 
  • Evaporação: 39/48 = 9L
  • Whirlpool: 15 min
  • OG: 14,0
  • Aerado c/ filtro de ar por 10 min.
  • Pitching temp: 23ºC
FERMENTAÇÃO:
  • Primeira semana a 21ºC.  Segunda semana sem geladeira (aprox. 26-30ºC)
NOTAS:
  • 11/11/11: FG: 1.009, Atenuação: 82%, Álcool: 6,2%;  transferido para post-mix de 20L e maturação a frio (2ºC).  Aroma característico de Saison, parece médio atenuada, gosto de álcool muito forte (desce queimando).  Vamos ver como se comporta até o fim da maturação.
  • 02/12/11: Cerveja interessante e boa.  Bastante fenólico de cravo é bem característico do estilo, muito bom. Talvez fazer starter nas próximas levas para maior atenuação e melhores características fenólicas.  Ainda turva, mas é a intenção.

Ricardo Rosa segue sendo o melhor cervejeiro caseiro do Brasil

on 1 de dezembro de 2011


De acordo com o recém-criado Quadro de Medalhas do Notícias Cervejeiras, Ricardo Rosa ainda é o melhor cervejeiro-caseiro do Brasil.  O ranking leva em conta apenas as edições do Concurso Nacional das Acervas, excluindo-se a primeira edição de 2007 (que foi no Rio de Janeiro, porém apenas com participantes cariocas).  As 3 primeiras colocações de cada categoria recebem medalhas de ouro, prata e bronze.  Ricardo Rosa é o líder com 2 medalhas de ouro e 1 bronze.  Curiosamente, essas 2 medalhas de ouro foram conseguidas na primeira edição do concurso (de acordo com os critérios desse ranking).  Seguem de perto Christiam Rocha (MG) e Ido Décio Schneider (RS), este último com suas duas medalhas conquistadas nas duas últimas edições da competição.  Ricardo Rosa também lidera em medalhas totais, com três no total contra duas (seis concorrentes tem essa marca).

O ranking também faz uma classificação dos melhores estados do Brasil em termos de cerveja caseira.  Rio de Janeiro tem uma vantagem de 4 ouros contra 3 do Rio Grande do Sul.  Em termos de medalhas totais, completo domínio dos cariocas, que ganham de 17 a 9 do segundo colocado Minas Gerais.

A idéia do ranking veio em propagar um pouco da cultura de competição entre os cervejeiros caseiros, pra incentivarmos novos cervejeiros a participar um pouco mais.  Alguém se habilita a tomar o posto de cervejeiro-mor?  A VII edição do concurso contará com 5 estilos diferentes, e será sediada no estado de SP.

Video da Eisenbahn Oktoberfest

on 29 de novembro de 2011


A eisenbahn pretende divulgar vídeos de todas as suas cervejas periodicamente.   A apresentação foi muito bem feita da cerveja (algo que todas as cervejarias deveriam fazer).  Não costumo postar cervejas que não sejam novas no blog, mas o que me fez postar essa foi o que foi algo que foi dito no vídeo pelo Juliano Mendes.
"...uma cerveja que não é muito complexa, mas muito saborosa."

Pois bem, ele disse a mais pura verdade.  No entanto, acho que muitos cervejeiros, querendo exaltar o seu produto, dizem mesmo assim que a cerveja é complexa.  Ponto pra Eisenbahn (ou seria para o Juliano?)



Porque avaliações de cerveja são uma merda

on 28 de novembro de 2011



Resolvi traduzir esse artigo por ser muito pertinente à nossa situação aqui no Brasil.  Fala basicamente sobre as avaliações e rankeamento de cervejas em sites como o ratebeer ou o beeradvocate.  Em paralelo, aqui no Brasil podemos usar o Brejas como parâmetro.

Os sistemas de ranking são continuamente atualizados e as pessoas continuam a usar esses sites de maneiras diferentes.  No entanto, os sites de avaliação ainda tendem a exaltar demais as cervejas escuras, com alto teor de álcool e difíceis de achar, enquanto que as lagers bem feitas e com baixo teor alcoólico sempre tiram notas baixas.

Pensei bastante sobre isso e é minha opinião de que avaliação de cervejas comerciais está em um ponto onde não é mais útil e, na verdade, pode até ser prejudicial para o mercado em geral - e não falo apenas do Brejas, Ratebeer e Beer Advocate, mas também das resenhas em blogs e outros.  E a relação de informação útil para a irrelevante ou falsa está fora de proporção, de modo que os resultados tem peso que não lhe conferem.
Antes que apareçam raios e trovões, deixe-me explicar meu ponto de vista:

As pessoas rankeam cervejas por medidas que são subjetivas demais.

Bem simples.  Em geral, as pessoas rankeam cervejas baseado se elas gostaram ou não, e não porque elas são (ou não) boas cervejas.  Por incrível que pareça essas são coisas diferentes.  Eu detesto a Bud Light, mas não vou dizer que é uma cerveja malfeita.  É uma cerveja super bem feita se você quiser uma cerveja lager leve.  Mas no ratebeer ela recebe nota 0 (e 1 no estilo) e nota D no Beer Advocate mesmo sendo a definição do estilo 'light lager'.  (podemos fazer um pararelo com as cervejas tipo skol 360 e outras do tipo).  Por quê?  Por que falta técnica na produção e porque está cheia de off-flavors?  Não.  Porque a maioria das pessoas que estão dando nota, como eu, a detestam.  Ao invés de separarem a subjetividade da avaliação para de fato responderem se é uma cerveja bem feita tecnicamente e se corresponde ao estilo,  rankeam baseado em seus próprios gostos e dão notas de péssimo a horrível.

Eu realmente penso que existe valor em ter uma lista de rankings de cervejas que você gosta para referência própria.  É uma das razões que eu gosto do site Untappd - porque me dá uma lista das minhas resenhas para que eu possa ver depois.  Eu nem sempre lembro uma cerveja três meses depois.  "Por acaso eu já bebi isso? Gostei? Ah, 5 estrelas me dizem que sim."  Mas não é porque eu gosto que outros também vão gostar. Gosto é subjetivo.  Eu gosto de uma gama grande de cervejas, mas me dê algo lotado de lúpulo Nugget e eu sempre, sempre vou detestar. Uma estrela apenas e puta, como é ruim.  Mas isso não quer dizer que você não vá gostar, então por que o meu ranking pessoal significa alguma coisa pra você?

Se é uma padrão inútil, não devemos usá-lo para julgar cervejas.

Não há como dizer se as pessoas estão tomando boas cervejas

E por isso eu quero dizer "como o cervejeiro quis".  Não velha e oxidada ou através de linhas de chopp infectadas ou sujas, copos congelados ou tomada por um bêbado ou fumante.  Certamente alguns irão comentar em sua resenha como a cerveja foi servida e como aparentava etc, mas o primeiro comentário sobre a Bud Light diz tudo:
                                            "...o modo de servir foi virando a latinha num jogo de futebol"
De fato, byeme94.  Vou agora levar a sua nota D+ em maior consideração  porque eu sei que você se concentra bastante em sua resenha durante os 4 segundos que demorou para passar no seu esôfago.  O fato de você não ter vomitado imeditamente salvou a nota de ser um D- ou F?

Se alguém está degustando uma cerveja de uma linha suja (e isso é importante) e ele não sabe o gosto de uma linha suja, pensa que está tomando uma cerveja horrível e não tem jeito de eu, como leitor, de adivinhar se está tomando uma cerveja em condições perfeitas ou se está tomando-a em uma lata de ração de gato.  Eu não vou olhar as 3000 resenhas.  Eu não vou olhar à nota conjunta dos usuários.  Se a nota média é um composto de notas duvidosas, então essas notas médias são incertas.

Não tem como dizer se as pessoas são boas em degustação.

Vamos tomar como exemplo a Geary´s IPA, em que a primeira resenha - que dá um B (que é decente, se você considerar C como média) - menciona a palavra "amanteigada" duas vezes.  Uma no aroma e outra no sabor.  Ele realmente não se importa com o amanteigado do malte.  Claro, ele também menciona que não espera amargor ou álcool em uma IPA.  Agora eu sei que a Geary´s é produzida na cervejaria Shipyard, e o fermento da Shipyard é o Ringwood Ale que tem floculação BEM alta.  Tende a sair de solução cedo e acaba não removendo diacetil (que tem gosto de manteiga) da cerveja como deveria a não ser que você faça alguns truques para manter esse fermento em suspensão - truques esses que a Shipyard é geralmente boa.

IPA não deve ser amanteigada.  Malte não tem gosto de manteiga.  Isso é um off-flavor.  Mas o usuário não sabe disso (ou que uma IPA deve ser amarga, infelizmente).  Ele apenas pensa (corretamente) que tem gosto de manteiga, e mesmo que não goste, não sabe também que não deveria estar lá e então não julga tão ferrenhamente como poderia e talvez deveria julgar.  Resumindo, ele está julgando como se o amanteigado tivesse de estar lá, porque ele não sabe que não deve.

Essa é uma avaliação honesta dessa cerveja?  Com certeza reflete se o degustador gosta ou não, mas reflete na qualidade da cerveja?  Por exemplo, porque esse B deve ter o mesmo peso de alguém que deu C e sabe que a cerveja está com diacetil?  Como eu sei que a pessoa avaliando a cerveja sabe o suficiente de cerveja para dar a ela uma boa resenha?  Só porque você bebe bastante não significa que você é um expert.  Faz de você um bêbado.

A internet é inconfiável em geral.

Me desculpem crianças, mas eu não tenho razão nenhuma para confiar em vocês.  Só porque muitas pessoas dão nota para algo não significa que tem qualquer tipo de qualidade envolvida.  Você sabe que dizer algo como "50 mil pessoas não podem estar erradas"? Bem, na verdade, elas podem.  Acontece o tempo todo.

Uma parcela significante da população desse país acredita que ciência e matemática são apenas coisas que a elite inventa para tentar perpetuar o financiamento de bolsas de estudo.  Eles acreditam que vacinas são coisas ruins e que poliomielite é normal.  Eles acreditam que o homem e os dinossauros chegaram a co-existir.  Então porque eu deveria acreditar em você, internet, a saber o suficiente de cerveja para me dar uma recomendação se nem uma idéia geral da sociedade você sabe me dar?

Em resumo

Fato: Você não consegue medir algo com uma ferramenta incerta. Não tem um lugar ou jeito certo de burlar a interferência de informações falsas, separando as boas resenhas das ruins.  Já que não existe um jeito de calibrar os degustadores para ter certeza que eles degustem com a mesma objetividade, então não tem jeito de dizer que qualquer um desses rankings é razoavelmente confiável e não vou perder o meu tempo com eles.  Até que tenhamos um sistema de rankings talvez baseado em pesos para avaliadores (Cicerone foi o citado por ele, que são os sommeliers de cerveja dos EUA), eu chamo de besteirol esses rankings de cerveja, especialmente os rankings de sites comerciais, como o BA e o RB.  Seus dados não são merecedores de consideração, em minha opinião.

Faça seu próprio sistema de avaliação e decida o que você gosta por si mesmo.  É bem mais valioso a longo prazo.

Esses rankings estão sendo apresentados como guias para os consumidores

Deixe-me citar algo para você dos comentários de um blog que eu me deparei que definitivamente resume o sentimento comum.  Eu sei que eu deveria falar de quem é, mas não os conheço pessoalmente e não quero entrar em discussão.  Essa citação é em referência a uma postagem com produtos de lojas recomendadas pelo Rate Beer e do Beer Advocate em estabelecimentos comerciais,  como você veria em outros sites, como por exemplo o Wine Spectator.

"Eu realmente aprecio os rankings de um consórcio de bebedores dedicados comparado ao vinho, que historicamente foi dominado por um indivíduo ou algumas publicações"


De fato.  Sabe o que eu odeio? Ser capaz de fazer decisões pensadas baseadas em dados confiáveis e consistentes.  O que eu prefiro é fazer palpites aleatórios baseado em dados completamente incertos e anônimos. Quer dizer - quem precisa de painéis de experts treinados quando eu posso ter a avaliação de BoobLvr67?

Isso é equivalente à confiar as resenhas anônimas de cerveja (ou qualquer outra coisa, mas vamos nos manter no tópico).

O que eu gostaria de ver...

...é algo como os sistemas de rankings de pessoas que são de fato treinadas sensorialmente - Cicerones e/ou juízes de BJCP - com rankings baseados na importância e na proficiência que eles mostraram ter.  Isso deve ser informação melhor.  Ainda existe diferenças individuais de degustação, mas pelo menos esses degustadores são moderadamente calibrados.  Pelo menos existe um ponto de partida além de "eu me registrei no site".

Esse seria um site de resenhas que eu confiaria, e que suas recomendações encontradas em lojas eu acreditaria.  Até chegarmos lá, eu estou dispensando qualquer site de rankings e avaliações em geral.

Fonte: Top Fermented

Micros (e nanos) no simples nacional. Votem!

on 1 de novembro de 2011

Prezados,

Convido-os a apoiar a petição pública em apoio à redução da carga tributária para as cervejarias artesanais brasileiras, por meio da possibilidade de enquadramento no SIMPLES NACIONAL.

Para participar do abaixo-assinado, basta clicar em :

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N15901

Para saber mais sobre a campanha:

http://700cervejas.blogspot.com/2011/10/abaixo-assinado-em-apoio-reducao-da.html

Abraços,

Marcio Beck
Jornalista e editor web
A volta ao mundo em 700 cervejas
http://700cervejas.blogspot.com




OBS:  Eu já votei e foi muito fácil (veja abaixo).  Faça você também a sua parte!!



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Abaixo-assinado em apoio à redução de impostos para cervejarias artesanais

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